A ocupação humana deste local data de há 5.000 anos, durante
a Idade do Cobre, conforme está comprovado
pelos materiais arqueológicos recolhidos no Castelo. Posteriormente, as minas
foram aproveitadas por fenícios
e cartagineses contudo, é durante o período romano que a sua ocupação
sofreu um grande incremento, com o aproveitamento em larga escala dos seus
recursos mineiros, donde era estraído além do cobre, a prata e o ouro.
Esse período compreendeu a transição do séc. I ao III
d.C., sob o domínio do Imperador Adriano, em
que a actividade mineira se intensifica, conforme testemunham as centenas de
milhares de toneladas de escórias antigas amontoadas nas proximidades da mina de Algares, assim como a
diversidade de achados arqueológicos e os numerosos poços.
Sabe-se que
se deram explorações com intensidade nas minas de Aljustrel (Vipasca), São Domingos e Riotinto, associadas
aos chapéus de ferro ou gossans, zonas superficiais mais oxidadas
das massas de sulfuretos.
Seria
nesses escoriais romanos que foram descobertas, respectivamente, em 1876 e
1906, duas tábulas
de bronze, que representam os mais completos documentos
escritos da administração mineira romana até hoje encontrados. Estas
importantes descobertas projectaram o nome de Aljustrel no seio da comunidade
científica internacional, tendo ambas sido objecto de apurados estudos pelos
maiores especialistas nacionais e estrangeiros, nomeadamente os portugueses Estácio da Veiga e Augusto Seromenho e
posteriormente o francês Claude Domergue.
A região
mineira que se regia por estas leis era conhecida por Metallum Vipascencis, e o
povoado existente na sua proximidade era denominado Vipasca. Os romanos
exploraram-nas, durante vários séculos, sobretudo pelo cobre e prata que apareciam com teores elevados nos minérios do
chapéu de ferro (afloramento do jazigo à superfície) dos jazigos de Algares e
de S. João do Deserto.
Depois dos romanos, os árabes também
aproveitaram estes recursos mineiros, mas numa escala mais reduzida.
Posteriormente, só no séc. XVI, no reinado de D. Manuel I, as minas de
Aljustrel voltam a ser referidas, tendo depois caído no esquecimento por vários
séculos.
TÁBULAS DE BRONZE
Em 1876 é descoberta a 1.ª Tábua de Bronze
com a parte da legislação mineira romana. Este achado, que foi estudado pelos
mais conceituosos investigadores nacionais e estrangeiros, referia a existência
do couto mineiro Mettalum Vipascencis.
As placas de
bronze contêm inscrição jurídica em latim. O texto é composto por 46 linhas
gravadas em letra latina, representando um trecho de um código de minas que
abrangia pelo menos três placas. A placa apresenta cinco furos para fixação e
encontra-se parcialmente dobrada. O texto está redigido formalmente sob
a forma
de carta endereçada a Úpio Eliano, o
procurador do distrito mineiro de Vipasca.
1ª. TÁBUA DE BRONZE (Vipasca I) – Regulamentava: Como se fazia o leilão dos diversos ofícios postos a
concurso e a que regras devia obedecer o respectivo pregoeiro; as condições de
utilização do balneário público; as normas do exercício de profissões como a do
sapateiro, do barbeiro, do pisoeiro, dos negociantes de escórias e de pedra, do
mestre-escola…
2ª. TÁBUA DE
BRONZE (Vipasca II)
– Regulamentava:
Parte de um regulamento técnico, em que as normas de segurança, por um lado, e
as cláusulas de índole fiscal, por outro, se revestem de grande modernidade e
demonstram a preocupação do legislador em tudo convenientemente salvaguardar as
pessoas e…os bens! – porque, daí advinham receitas para o fisco…
Estas Tábuas
encontram-se expostas no Museu Geológico em Lisboa, na Sala de Arqueologia.
A MINERAÇÃO DE ALJUSTREL
A extracção
de enxofre foi muito importante até aos finais da década
de 50 do século XX devido à aplicação na indústria
química (fabrico de ácido
sulfúrico).
A
viabilidade económica das minas da Faixa Piritosa depende atualmente da
extração de cobre, zinco, chumbo e, nalguns
casos, de metais preciosos como o ouro e a prata.
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