Personagens
terrenas ou divinas, representações ou entidades vivas, estas figurinhas
introduzem pela primeira vez na arte Pré-Histórica um corpo humano fortemente
subordinado ao naturalismo e relembram que o esquematismo vigente na época
resulta inequivocamente uma opção estética e não de qualquer incapacidade
técnica.
O Complexo Arqueológico dos Perdigões tem mais de 16 hectares de superfície, datado do Neolítico Final e Calcolítico, ou seja, com uma idade compreendida entre os anos 3500 e 2000 a.C.
Enfim, é um importante conjunto pré-histórico com cerca de 5000 anos, constituído pelos vestígios de um santuário megalítico, incluindo diversos menires e um extenso povoado – incorporando um cemitério com imensas sepulturas.
Complexo ou, Núcleo, que se situa a 5km da Herdade do Esporão, e a 2 Km a Nordeste de R. de Monsaraz. É formado por fossos concêntricos escavados na rocha que culminam num centro geométrico, o Complexo Arqueológico dos Perdigões revelou uma necrópole e um recinto cerimonial megalítico.
Este importante local suscitou o interesse da comunidade científica internacional, tendo-se convertido numa referência para a investigação da pré-história europeia
De acordo com o arqueólogo António Varela, responsável pelas escavações, foi encontrado um importante conjunto de ídolos em marfim, numa área de acumulação de restos humanos cremados. Desse conjunto, destacam-se cerca de 20 estatuetas em marfim, datadas de meados do 3º milénio a.C., que terão à volta de 4.500 anos.
Esta descoberta, coloca assim, os Perdigões como o complexo arqueológico com a maior quantidade de objectos em marfim no contexto da pré-história portuguesa.
Estas estatuetas normalmente representam características masculinas, de grande realismo e beleza estética.
Os recintos dos Perdigões relacionam-se com o apogeu das primeiras sociedades camponesas europeias, que desenvolveram grandes e complexos povoados ou centros cerimoniais, que agregavam comunidades de vastos territórios.
Este conjunto pré-histórico compreende uma vasta área, e é composto por um extenso conjunto de recintos concêntricos delimitados por grandes fossos, escavados na terra e na rocha, por necrópoles (cemitérios) e um cromeleque de menires associados a recintos cerimoniais circulares, compostos por grandes blocos de pedra colocados ao alto. Construído por comunidades neolíticas e da idade do cobre, este sítio terá tido um grande simbolismo para as comunidades que habitavam aquela área, tendo sido utilizado para práticas funerárias, relacionadas com o culto dos mortos e dos antepassados. A vida no recinto dos perdigões estendeu-se por mais de 1.500 anos.
“Local de vida e de morte, o Complexo dos Perdigões nasceu e cresceu num anfiteatro natural aberto à paisagem do vale da Ribeira do Álamo e ao sol nascente num horizonte dominado por Monsaraz. Ali se congregaram pessoas, vindos de longe, trazendo consigo objectos e produtos. Ali se trabalhou arduamente no levantamento de menires e escavação de profundos fossos que delimitavam grandes espaços, criando trajectos e impondo perspectivas de grande significado. Ali se viveram quotidianos. Mas quotidianos particulares carregados de simbolismos e de cerimoniais que nos falam de um mundo distante do nosso. Um sítio onde a vida vivia a morte. Onde o tratamento concedido ao corpo humano obedecia a práticas que primeiro nos surpreenderam para, em seguida, nos interessarem. Um sítio repleto de sentidos que nos transporta para outras formas de estar no mundo, de o conceber e de o representar.”
Este espaço só pode ser
verdadeiramente compreendido juntamente com a paisagem que o rodeia, revelando
um excepcional conhecimento do território e uma planificação patente na clara
intencionalidade da sua arquitectura. O Complexo Arqueológico dos Perdigões
compreende diversos espaços, entre os quais uma necrópole, e, já no seu
exterior, um recinto cerimonial megalítico. Espaço de socialização ligado ao
sagrado e não apenas um espaço de vivência quotidiana.
Os Perdigões foram implantados num anfiteatro natural aberto a Este, ao sol nascente no horizonte de Monsaraz, para onde toda a visibilidade é dirigida pela condicionante topográfica. Ao longo do tempo os seus recintos foram construídos tendo a preocupação de orientar entradas ao nascer do Sol nos Solstícios de Verão e de Inverno. Trata-se de uma Arquitectura de fundamento astronómico, que incorpora e expressa aspectos centrais nas visões do mundo de que a construiu e vivenciou.
O Complexo dos Perdigões possui diversos espaços, entre os quais
uma necrópole, e, já no seu exterior, um recinto cerimonial megalítico. O
impacto exercido pelos Perdigões no território e, particularmente, sobre o
restante povoamento da ribeira do Álamo, indica-nos que este poderá ter sido
sobretudo um espaço de socialização ligado ao sagrado e não apenas um espaço de
vivência quotidiana.
Local de vida e de morte, o Complexo nasceu e cresceu num anfiteatro natural aberto à paisagem do vale da Ribeira do Álamo e ao sol nascente, num horizonte dominado por Monsaraz.
Os Perdigões foram implantados num anfiteatro natural aberto a Este, ao sol nascente no horizonte de Monsaraz, para onde toda a visibilidade é dirigida pela condicionante topográfica. Ao longo do tempo os seus recintos foram construídos tendo a preocupação de orientar entradas ao nascer do Sol nos Solstícios de Verão e de Inverno. Trata-se de uma Arquitectura de fundamento astronómico, que incorpora e expressa aspectos centrais nas visões do mundo de que a construiu e vivenciou.
Solstício
de Verão no Complexo Arqueológico dos Perdigões
Local de vida e de morte, o Complexo nasceu e cresceu num anfiteatro natural aberto à paisagem do vale da Ribeira do Álamo e ao sol nascente, num horizonte dominado por Monsaraz.

Nascente foi assim sempre uma orientação significante para as
comunidades neolíticas, que para esse quadrante cardeal orientaram os seus
monumentos megalíticos funerários, os seus cromeleques e outras construções,
como alguns recintos de fossos. Alguns destes, mais do que simplesmente
expostos a Nascente, marcaram com as suas arquitecturas momentos importantes
dos calendários solares, como são os solstícios e os equinócios.
É o caso dos recintos exteriores dos Perdigões, cujas entradas estão
orientadas aos solstícios de Verão e de Inverno, ao nascer do sol. Os primeiros
raios da manhã penetrariam assim no local por estas entradas, no dia mais longo
e no dia mais curto do ano, alturas em que possivelmente estes dias já seriam
assinalados com momentos de festa ritualizada, agregando pessoas da região e de
fora dela.
Há mais de 5 mil anos, os Perdigões eram um importante santuário para onde convergiam populações vindas de várias regiões, para aí realizar rituais ligados à morte, ao culto dos antepassados e ao mundo simbólico. Foi encontrado ainda um local de deposição de crânios humanos, alguns deles com sinais de que foram queimados.
Pelos achados de cerâmica não campaniforme, detectou-se contacto com o Sul de Portugal, Estremadura Espanhola e Andaluzia Ocidental. Nos achados de conchas marinhas, o contacto com povos do mar.
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