quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

ÉVORA / BEJA

ÉVORALIBERALITAS JULIA EBORA

Cão com barrete árabe – Catedral de Évora

BEJAPAX AUGUSTA 


Lenda de Beja

 Conta a lenda que quando a cidade de Beja era uma pequena localidade de cabanas rodeada de um compacto matagal, uma serpente assassina era o maior problema da população. A solução para este dilema passou por assassinar a serpente, feito alcançado deixando um touro envenenado na floresta onde habitava a serpente. É devido a esta lenda que existe um touro representado no brasão da cidade.

Núcleo Museológico na Rua de Sembrano

A escavação da Rua do Sembrano pôs a descoberto vestígios que se estendem, cronologicamente, desde a Pré-História até à Época Contemporânea. Os mais antigos apontam para a Idade do Cobre ou Período Calcolítico, no 3º. Milénio a.C. É porém, da Idade do Ferro, na segunda metade do 1º. Milénio a.C., o conjunto mais importante de elementos recuperados. Do período da Idade do Ferro, foi identificado um troço de uma robusta muralha de construção em pedra com argila, que delimitava o perímetro do povoado antigo, e no seu interior, dois compartimentos definidos por muros, com pavimentos de argila e caliço moídos e com pequenas estruturas de sustentação associadas (buracos de postes), que corresponderão a parte da zona habitacional.
Designada Pax Julia por Ptolomeu, Pax Augusta por Estrabão e colónia pacensis por Plínio, Beja, na Época Romana, uma cidade importante, sendo capital de um dos três conventos juridicus – circunscrição territorial jurídico-administrativa – existentes no actual território português. A Beja romana estende-se no tempo desde o século I a.C. ao século IV d.C.

Museu Rainha D. Leonor



O lamento de Mariana Alcoforado percorre ainda hoje as paredes caiadas do convento de Clarissas de Beja onde entrou aos onze anos e onde morreu aos 83, corria o ano de 1723. Uma vida longa, preenchida pelo amor ao cavaleiro francês Noel Bouton, Marquês de Chamilly, que a freira imortalizou em cartas de uma paixão não correspondida. A janela por onde tantas vezes Mariana viu passar o seu amor é um ex-libris do que é agora O Museu Regional. 

Mariana Mendes da Costa Alcoforado ou Mariana Vaz Alcoforado, nasceu em 22 de Abril de 1640 e faleceu em 28 de Julho de 1723. Foi uma freira portuguesa do Convento de Nossa Senhora da Conceição em Beja.
É considerada a autora das cinco Lettres Portugaises (As Cartas Portuguesas) dirigidas ao Marquês Noel Bouton de Chamilly, Conde de Saint-Léger e oficial francês, que lutou em solo português sob as ordens de Frederico de Schomberg, durante a Guerra da Restauração. A sua obra Cartas Portuguesas tornou-se num famoso clássico da literatura mundial.
Era irmã de Francisco da Cunha Alcoforado e filha doutro Francisco da Cunha Alcoforado, dos Cortiços, em Macedo de Cavaleiros, Cavaleiro da Ordem de Cristo a 15 de Dezembro de 1647, e de sua mulher Leonor Mendes.
Já no testamento materno Mariana fora nomeada monja do Convento da Conceição. Sem nenhuma inclinação mística, ela estava, pois, destinada à vida religiosa, sorte idêntica à de muitos homens e moças da época, encerrados em mosteiros por mera decisão paterna.
Os amores com o Marquês de Chamilly, a quem vira pela primeira vez do terraço do convento, de onde assistia às manobras do exército, deve ter ocorrido entre 1667 e 1668. Sóror Mariana pertencia à poderosa família dos Alcoforados, e o escândalo provavelmente se alastrou. Temeroso das consequências, Chamilly saiu de Portugal, pretextando a enfermidade de um irmão. Prometera mandar buscá-la. Na sua espera, em vão, escreveu as referidas cartas, que contam uma história sempre igual: esperança no início, seguida de incerteza e, por fim, a convicção do abandono. Esses relatos emocionados fizeram vibrar a nobreza de França, habituada ao convencionalismo. Além disso, levaram, para a frívola sociedade, o gosto acre do pecado e da dor, pois, ao virem a lume, divulgaram a informação de que as compusera uma freira.
Pelas boas obras e pelos sacrifícios com o tempo se reabilitou, Sóror Mariana Alcoforado chegou à posição de abadessa do referido Convento franciscano e morreu já idosa, aos oitenta e três anos de idade. 
O Museu conserva ainda a grande janela gradeada, mais conhecida como a Janela de Mértola, das Portas de Mértola ou de Mariana, verdadeiro ex-libris do convento, do museu e da cidade, através da qual a religiosa viu tantas vezes passar aquele que a encantava e que num dia especial a destacou com o seu olhar e lhe fez sentir os primeiros efeitos da sua infeliz paixão.

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2 comentários:

  1. É com prazer que ofereço estes temas históricos aos amigos!...Seguidamente, tratarei do "Complexo Arqueológico dos Perdigões", Santuário pré-histórico com 5 mil anos!...

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