domingo, 22 de janeiro de 2017

ANTA GRANDE DO ZAMBUJEIRO


Este monumento megalítico fica a 13 Km a sudoeste de Évora, a 500 m da localidade de Valverde, e a caminho de Alcáçovas. 
A Anta Grande do Zambujeiro é um monumento funerário coletivo. No caso desta anta, existe um longo corredor que leva à câmara. Tudo era coberto pela mamoa, uma cobertura protetora da anta, normalmente de terra e pedras.Nesta Anta ainda se pode ver parte da mamoa. Os esteios de granito, fazem dela (provavelmente) a mais alta anta do mundo, e o monumento megalítico de tipo dólmen dos maiores que existem na Península Ibérica. É considerada património de interesse nacional.
Foi construída entre 4.000 e 3.500 antes de Cristo. 
Consiste numa única câmara poligonal com 6 m de altura, utilizada durante o neolítico como um local de enterro e possíveis cultos religiosos. A camara é feita de sete enormes pedras de 8 metros de altura. Originalmente eram cobertas por uma pedra com 7 metros de largura. Um corredor com 12 metros de comprimento, 1,5 metros de largura e 2 de altura conduz até a camara. A entrada estava assinalada por uma enorme estela menir decorada, actualmente tombada. Nas escavações foi recuperado importante espólio de objectos rituais, de adorno, placas de xisto, báculos, vasos de cerâmica, lâminas e pontas de setas, entre outros, que se encontram depositados no Museu de Évora. 
As mamoas apresentam geralmente uma forma oval ou circular. Eram edificadas com pedra e areia e tinham a finalidade de proteger o dólmen, cobrindo-o completamente. Eram estruturas de tamanho variável, podendo atingir quarenta metros, que tapavam completamente a câmara e o corredor, quando este existia. As couraças de revestimento das mamoas feitas de terra, que possivelmente ainda seriam visíveis na altura da construção, acabariam provavelmente por ficar mais ou menos revestidas por vegetação algum tempo depois.

O nome mamoa tem origem nos romanos aquando da sua chegada à Península Ibérica, que deram o nome de mammulas a estes monumentos, pela sua semelhança com o seio de uma mulher. Embora hoje sejam muito raras as mamoas que apresentam um volume hemisfério, devido aos agentes erosivos e às violações de que foram alvo, a sua forma seria em geral a de uma calote esférica.
Cada mamoa teria a função de esconder e proteger a sepultura, conferindo-lhe, ao mesmo tempo, maior monumentalidade. É possível que tivesse também, em certos casos, proporcionado um plano inclinado para o transporte da tampa da câmara da anta até à sua posição definitiva.
Se fossem apenas feitas com terra, as mamoas teriam sido facilmente desfeitas pela erosão. Por essa razão, a terra é escorada com pedras formando uma couraça protectora à superfície e uma espécie de suporte de contenção que rodeia a mamoa na periferia. A técnica de construção das mamoas demonstra geralmente uma hábil solução arquitectónica feita para durar, sem usar argamassa. Encontram-se pedras especialmente afeiçoadas para melhor se inserirem no espaço que preenchem e interstícios preenchidos por pequenas pedras angulosas, partidas intencionalmente, para reforçar a estrutura. 
Estas sepulturas megalíticas monumentais correspondem a relíquias de antepassados importantes. É possível que cada núcleo ou grupo de mamoas correspondesse aos antepassados míticos de uma determinada família ou linhagem, facultando-lhe uma referência para a sua identidade. 
O dólmen, escondido debaixo de uma colina artificial (a mamoa), era como um «útero» abrigado do olhar, onde se colocavam relíquias «no interior da terra». Podemos imaginar que essa deposição de relíquias funerárias seria, a nível de significação simbólica, como que um regresso de um humano ao útero do ventre materno da Terra Mãe e, a abertura, sempre com a orientação para nascente.


O hábito de usar «cairns», ou seja montes artificiais de pedras, em cima dos túmulos Neolíticos poderá ter estado também relacionado com a dissuasão dos violadores de túmulos. Na Escócia, os cairn encontram-se sobretudo sobre relevos de terreno e no alto das montanhas. E, como existe o costume de transportar uma pedra até ao alto da colina para a colocar sobre eles, estes vão ficando cada vez mais altos. Um ditado antigo escocês diz « Cuiridh mi clach air do chàrn », ou seja « Colocarei uma pedra sobre o teu cairn». É interessante que ainda hoje há uma tradição judia que recomenda que se ponham pequenas pedras em cima de um túmulo que se visite.

Planos de construção: Orientação geográfica de Oeste para Este, partindo do Cromeleque dos Almendres, passando pela Anta Grande do Zambujeiro e finalizando no Cromeleque de Xarez, em Monsaraz. Orientação pelo Equinócio de Março. Tiveram em conta as três linhas de água que convergem, subterraneamente, para a parte frontal da Anta, formando um rio com cerca de 30 m de largura. Assim, o interior da Anta (a Câmara), apresenta-se totalmente livre de qualquer influência energética nociva, permanecendo num local sereno e equilibrado vibracionalmente.

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