Há aproximadamente sete a
oito mil anos atrás, e durante o período Neolítico, a região da Península
Ibérica assistiu à sedentarização progressiva dos seus povos. De caçadores que
seguiam as migrações sazonais das suas presas, os seres humanos passaram a
cultivar as suas próprias terras e a criar os seus próprios animais para
pastoreio e consumo. Começaram, então, a nascer e crescer populações com raízes
seguras e personalidades bem definidas, consoante os locais onde se
estabeleciam e as tradições que paulatinamente iam construindo. O Cromeleque
dos Almendres é um reflexo claro e de proporções gigantescas dessa era de
encantamento pagão, também providencialmente conhecida por Período da Pedra
Polida. Construído voltado a nascente, este recinto megalítico (mega=grande; litho=pedra)
situa-se numa encosta suave bem alentejana na Herdade dos Almendres.
Constitui-se num círculo de pedras pré-histórico (cromeleque)
com 95 monólitos de pedra. É o monumento megalítico do seu tipo mais
importante da península Ibérica, e um dos mais importantes monumentos
megalíticos do mundo, bem mais antigo do que o famoso Stonehenge, não
apenas pelas suas dimensões, como também pelo seu estado de conservação. No seu
apogeu, o conjunto arquitectónico do Cromeleque dos Almendres teria mais de uma
centena de monólitos. Junto com o menir dos Almendres, localizado nas
proximidades, a região de Évora é densamente coberta por sítios arqueológicos que vão desde o início do
Neolítico
(7000 a 8000 anos atrás) até a Idade
do Ferro, (1.200 a.C.) abrangendo menires, antas, necrópoles
e povoações pré-históricas. O cromeleque dos Almendres pertence, assim, ao
universo megalítico eborense e está relacionado com outros círculos de pedras das proximidades, como o Cromeleque da Portela de Mogos, em Montemor-o-Novo.Segundo os trabalhos arqueológicos realizados no local, acredita-se que o
conjunto foi formado em três etapas:
No final do Neolítico
Antigo (fim do sexto milénio a.C.) foi erigido um conjunto de
monólitos de pequeno tamanho, agrupados em três círculos concêntricos. O maior
destes círculos media 18,80 m e o menor, 11,40 m. Actualmente há vinte e dois
menires de pé neste recinto, dois tombados e restos de estruturas de sustentação
de cinco outros;
No Neolítico Médio
(quinto milénio a.C.) foi erigido a oeste dos
círculos anteriores um novo recinto com a forma de duas elipses
concêntricas, irregulares, adossadas ao recinto mais antigo. A elipse mais
externa mede 43,60 m em seu eixo maior e 36 m no eixo menor. Durante os
trabalhos arqueológicos foram encontrados ali vinte e nove menires em pé e
dezassete tombados, além de estruturas de sustentação de onze menires já
desaparecidos;
No Neolítico Final
(terceiro milénio a.C.) os dois recintos foram
modificados, especialmente o menor, que foi transformado numa espécie de átrio
do recinto maior. Com a remodelação, o recinto menor possivelmente passou a
orientar a entrada no recinto elíptico, com uma função nas solenidades sócio religiosas
que se realizavam ali. Além disso, é possível que nesse período tenham sidoacrescentados aos dois recintos alguns monólitos com gravuras e que alguns
menires tenham sido parcialmente aplainados, transformando-os em estelas.
Apesar dos monólitos terem predominantemente uma forma mais ovoide, existem bastantes megálitos, pedras de proporções maiores, com formatos fálicos. Uma destas pedras alçadas de tamanho
descomunal, intimamente ligada com o Cromeleque, embora isolada do mesmo, é o Menir dos Almendres. No Solstício de verão e quando visto do Cromeleque, o Menir dos Almendres aponta ao nascer do sol.
descomunal, intimamente ligada com o Cromeleque, embora isolada do mesmo, é o Menir dos Almendres. No Solstício de verão e quando visto do Cromeleque, o Menir dos Almendres aponta ao nascer do sol.
Ainda que a verdadeira função do Cromeleque e o Menir dos Almendres não seja
precisa, a forte ligação que ambos têm à agricultura e pastoreio parece ser
inegável. O Professor José Hermano Saraiva, acreditava que o fecundar do ventre
terreno com falos em pedra era uma forma de culto à fertilização das terras
para a lavoura.
Menires decorados
O Menir e mais dez dos
monólitos do cromeleque dos Almendres apresentam decorações em relevo e tamanho
natural que também nos remetem para a lavra e a criação de gado. Estas são
denominadas de báculos, ou seja, gravuras em forma de cajado de pastor. Outras
gravuras predominantes nos menires deste monumento são linhas onduladas e
radiais, círculos e covinhas. Os menires estão, actualmente, todos numerados.
Os decorados, e por isso imperdíveis, são os 5, 13, 48, 56, 57, 58, 64, e 76.,
sendo que o:
- Menir 48: apresenta uma pequena figura antropomórfica associada a um báculo.
- Menir 57: numa face propositalmente aplainada mostra uma série de treze relevos em forma de báculos. Essas figuras ocorrem também noutros menires e são, provavelmente, representações de objetos de prestígio social construídos em xisto e materiais perecíveis. De facto, báculos de xisto são encontrados em monumentos megalíticos alentejanos.
- Menir 56: numa face aplainada apresenta uma representação estilizada de uma grande face humana, com nariz, olhos e boca. Pode ser considerado uma estátua-menir.
- Menir 76: também possui uma figura antropomórfica, como o menir 56. A decoração de ambos se assemelha ao de menires do Cromeleque da Portela de Mogos.
- Menir 64: localizado próximo ao centro do recinto maior, apresenta relevos em forma de raquetas e círculos.
- Menir 58: possui três representações de discos solares, associados a linhas onduladas que representam raios.
O Menir dos Almendres fica bastante perto do Cromeleque dos Almendres e ambos estão intimamente relacionados. Visto a partir do Cromeleque, o Menir indica o nascer do Sol no Solstício de verão (o maior dia do ano).
Por:
- Menir 48: apresenta uma pequena figura antropomórfica associada a um báculo.
- Menir 57: numa face propositalmente aplainada mostra uma série de treze relevos em forma de báculos. Essas figuras ocorrem também noutros menires e são, provavelmente, representações de objetos de prestígio social construídos em xisto e materiais perecíveis. De facto, báculos de xisto são encontrados em monumentos megalíticos alentejanos.
- Menir 56: numa face aplainada apresenta uma representação estilizada de uma grande face humana, com nariz, olhos e boca. Pode ser considerado uma estátua-menir.
- Menir 76: também possui uma figura antropomórfica, como o menir 56. A decoração de ambos se assemelha ao de menires do Cromeleque da Portela de Mogos.
- Menir 64: localizado próximo ao centro do recinto maior, apresenta relevos em forma de raquetas e círculos.
- Menir 58: possui três representações de discos solares, associados a linhas onduladas que representam raios.
O Menir dos Almendres fica bastante perto do Cromeleque dos Almendres e ambos estão intimamente relacionados. Visto a partir do Cromeleque, o Menir indica o nascer do Sol no Solstício de verão (o maior dia do ano).
Por:
Gostei. Nunca visitei o Cromeleque dos Almendres. É tempo de levar os meus netos a almoçar no Fialho, isto depois da visita : primeiro trabalham; o almoço vem depois. Obrigado.
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