Mérida, também referida como Augusta Emerita, foi uma colónia romana estabelecida por volta de 25 d.C., pelo legado imperial Publio Carisio por ordem de César Augusto, com a finalidade de estabelecer um posto intermédio para as legisões
Emerita Augusta tornou-se a capital da Lusitânia. Era um enclave estratégico na margem do rio Anas (Guadiana) que servia de eixo de comunicação entre a província Bética com as terras do noroeste peninsular e as do eixo meridional (Olissipo), Lisboa.
O conjunto de ruínas denominou-se Conjunto Arqueológico de Mérida, um dos principais e mais extensos conjuntos arqueológicos de Espanha. Augusta Emérita foi fundada por ordem do imperador Augusto, como prémio para os veteranos da V Legião Alaudae e X legião Gemina, que lutaram contra os cantábricos e os asturianos. Ao longo de 700 anos, a Hispânia fez parte do Império Romano, proporcionando recursos materiais e humanos, ao mesmo tempo que foi uma das regiões mais estáveis do império.
Após a decadência do império romano, a cidade manteve a sua grandeza assumindo-se, na época visigótica, como a segunda cidade, imediatamente a seguir a Toledo, a capital. Durante a época muçulmana, na sequência das contínuas rebeliões dos seus habitantes contra o domínio do califado, Abderramán II ordenou, no ano 842, que, como castigo, a cidade fosse parcialmente destruída. A reconquista cristã, levada a cabo por Afonso IX, contribuiu pouco para o seu desenvolvimento. Com o estatuto autónomo, Mérida começou a tornar-se numa próspera cidade, abarcando as duas margens do Guadiana e, desde 1993, constituindo património mundial.
TEATRO ROMANO
Marco Agripa, e a título de curiosidade, foi o general máximo do exército romano. Apesar do carácter reservado, conta-se que tentou ao longo da sua vida agradar a Octávio Augusto, seu sogro, na esperança de um dia vir a ser imperador.O Teatro sofreu várias remodelações, a mais importante foi em finais do século I, na época do Imperador Trajano, quando se levantou a actual frente do palco, e a outra na época de Constantino I, entre os anos 330-340.
As colunas de mármore, os lintéis, as esculturas e, inclusive, a base do palco são peças originais do teatro romano. Apesar dos visigodos terem destruído o teatro, utilizando as bancadas para reforçar a muralha da cidade, estes elementos foram encontrados em escavações e o seu restauro foi um êxito que recria fielmente o cenário mais refinado do mundo cultural da antiga Mérida... e da actual.As bancadas de mármore que se encontram entre as primeiras filas do teatro eram reservadas aos senadores e daí a utilização de um material mais nobre. As mulheres, os escravos libertados e os escravos ficavam na parte mais alta do anfiteatro. A construção de Teatros correspondia mais ao interesse político do que aos gostos do povo romano, que preferia o Circo onde se davam as corridas de carros ou, o Anfiteatro, onde se realizavam os combates entre gladiadores e animais.
O Teatro foi colocado de parte no século IV
d.C. com a oficialização da religião cristã, que considerava de imoral as
representações teatrais.
ANFITEATRO
O Anfiteatro
de Mérida foi inaugurado no ano 8 a.C. e situa-se a par com o Teatro Romano,
configurando uma grande área pública de espectáculos na capital da antiga
Lusitânia. Tem uma forma oval e uma capacidade para 15.000 pessoas, com o
comprimento de 126 metros por 102 de largura (arena com 64 por 41 m). Era
destinado a lutas entre gladiadores e a
corridas. O anfiteatro é composto por seis partes principais: a arena (coberta
de areia), onde se davam as lutas e corridas; o local destinado às feras e aos
apedrejos dos gladiadores; os corredores (passagens); a spolania, local
destinado aos gladiadores; o podium, onde se recebiam os prémios; os corredores
de entrada e saída, que eram destinados a combates de gladiadores. O anfiteatro
é ainda composto por três anéis, um fosso e as bancadas para os
espetadores, nas quais uma parte era reservada às autoridades que patrocinavam
os espetáculos e outra às entidades políticas da cidade. Este monumento esteve
subterrado durante centenas de anos e só há algumas décadas é que foi
descoberto, embora infelizmente tivesse a parte de cima destruída.
O Anfiteatro acolhia lutas de feras,
combates entre gladiadores, recriações bélicas e até execuções de escravos.
Saudações, aclamações, gritos, rugidos de animais... a vida romana em estado
puro. Poderemos entrar nas celas em que eram enjaulados os lutadores e as feras,
e até pisar o que antes era o campo de batalha.
O CIRCO
A sua construção teve início nos primórdios do século I d.C. (ano 20) durante a época de Tibério e era o maior dos edifícios de espectáculos da cidade, juntamente com o Anfiteatro. Tinha capacidade para cerca de 30.000 espectadores.
TEMPLO DE DIANA
Ainda hoje
este monumento é conhecido como Templo de Diana, talvez, devido a uma lenda criada no século XVII que associava a construção do “Templo de Diana” em honra
da deusa romana da caça. A História viria a revelar que, na verdade, o Templo
Romano de Mérida foi erigido para prestar homenagem ao Imperador Augusto,
venerado como um deus, fazendo parte daquilo que seria o fórum romano. Com as
escavações, encontraram-se esculturas da família Imperial e do Senado que
demonstra o culto imperial, e não o culto dedicado à deusa Diana. Erigido nos
finais do século I a.C., foi modificado nos dois séculos que se seguiram.
Assenta num conjunto de colunas de estilo Coríntio e, no século VI foi tomado
como palácio dos Condes dos Corbos, chamada a ”Casa dos Milagres”.
PONTE ROMANA DE MÉRIDA
CASA DO MITREO
É
uma casa senhorial romana, situada nos arredores da antiga cidade, próxima da
estrada que ligava Mérida a Córdova e da qual se conservam numerosas divisões,
algumas com pinturas, que ajudam a compreender a vida dos romanos. Junto desta
casa senhorial romana foram encontrados restos relacionados com o culto de
Mitra, razão do seu nome “Mitreo”.Teve a sua construção nos finais do século I e começos do século II d.C. e perdurou com as suas funções até ao século IV. Esta vivenda está articulada em redor de três pátios interiores recebendo muita luz e ventilação. Existem várias habitações de uso familiar. Jardins, dormitórios, casas subterrâneas utilizadas no verão para resguardo das altas temperaturas, cisternas e termas, parecendo uma pequena cidade.Esta casa é composta com três peristilos. Dentro dos muitos mosaicos, há um mais importante chamado de Cósmico que representa o Céu, a Terra e o Mar.
AQUEDUTO DOS MILAGRES
Em Mérida, destacam-se as ruínas do Aqueduto dos Milagres. O Aqueduto dos Milagres é assim chamado
devido às manifestações de incredulidade popular que pensavam ser milagre,
ter-se conseguido construir esta estrutura. Construído entre o século I a.C. e
a segunda metade do século III d. C., serviu para trazer água desde o lago
artificial Proserpina até à cidade de Emérita Augusta, sobre a depressão do
leito do rio Albarregas, afluente do Guadiana. Mede 830 m de comp. e 25 de
altura.
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