quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

MÉRIDA



Mérida, também referida como Augusta Emerita, foi uma colónia romana estabelecida por volta de 25 d.C., pelo legado imperial Publio Carisio por ordem de César Augusto, com a finalidade de estabelecer um posto intermédio para as legisões
Emerita Augusta tornou-se a capital da Lusitânia. Era um enclave estratégico na margem do rio Anas (Guadiana) que servia de eixo de comunicação entre a província Bética com as terras do noroeste peninsular e as do eixo meridional (Olissipo), Lisboa.
O conjunto de ruínas denominou-se Conjunto Arqueológico de Mérida, um dos principais e mais extensos conjuntos arqueológicos de Espanha. Augusta Emérita foi fundada por ordem do imperador Augusto, como prémio para os veteranos da V Legião Alaudae e X legião Gemina, que lutaram contra os cantábricos e os asturianos. Ao longo de 700 anos, a Hispânia fez parte do Império Romano, proporcionando recursos materiais e humanos, ao mesmo tempo que foi uma das regiões mais estáveis do império.
Após a decadência do império romano, a cidade manteve a sua grandeza assumindo-se, na época visigótica, como a segunda cidade, imediatamente a seguir a Toledo, a capital. Durante a época muçulmana, na sequência das contínuas rebeliões dos seus habitantes contra o domínio do califado, Abderramán II ordenou, no ano 842, que, como castigo, a cidade fosse parcialmente destruída. A reconquista cristã, levada a cabo por Afonso IX, contribuiu pouco para o seu desenvolvimento. Com o estatuto autónomo, Mérida começou a tornar-se numa próspera cidade, abarcando as duas margens do Guadiana e, desde 1993, constituindo património mundial.
TEATRO ROMANO

Foi mandado construir pelo Cônsul Marco Agripa, genro do imperador Octávio Augusto, entre os anos 16 e 15 a.C., e tinha uma capacidade para cerca de 6 mil pessoas, que se podiam acomodar entre as suas arquibancadas ou caves, que estão divididas em três anéis. Como era comum, os anéis acolhiam diferentes classes sociais romanas que habitavam a cidade. O teatro romano é o monumento mais emblemático e dos mais visitados em Mérida. Durante o Verão, converte-se num maravilhoso cenário musical e teatral, albergando um dos mais importantes ciclos culturais da cidade.
Marco Agripa, e a título de curiosidade, foi o general máximo do exército romano. Apesar do carácter reservado, conta-se que tentou ao longo da sua vida agradar a Octávio Augusto, seu sogro, na esperança de um dia vir a ser imperador.O Teatro sofreu várias remodelações, a mais importante foi em finais do século I, na época do Imperador Trajano, quando se levantou a actual frente do palco, e a outra na época de Constantino I, entre os anos 330-340.

As colunas de mármore, os lintéis, as esculturas e, inclusive, a base do palco são peças originais do teatro romano. Apesar dos visigodos terem destruído o teatro, utilizando as bancadas para reforçar a muralha da cidade, estes elementos foram encontrados em escavações e o seu restauro foi um êxito que recria fielmente o cenário mais refinado do mundo cultural da antiga Mérida... e da actual.As bancadas de mármore que se encontram entre as primeiras filas do teatro eram reservadas aos senadores e daí a utilização de um material mais nobre. As mulheres, os escravos libertados e os escravos ficavam na parte mais alta do anfiteatro.   A construção de Teatros correspondia mais ao interesse político do que aos gostos do povo romano, que preferia o Circo onde se davam as corridas de carros ou, o Anfiteatro, onde se realizavam os combates entre gladiadores e animais.
O Teatro foi colocado de parte no século IV d.C. com a oficialização da religião cristã, que considerava de imoral as representações teatrais.  

ANFITEATRO

O Anfiteatro de Mérida foi inaugurado no ano 8 a.C. e situa-se a par com o Teatro Romano, configurando uma grande área pública de espectáculos na capital da antiga Lusitânia. Tem uma forma oval e uma capacidade para 15.000 pessoas, com o comprimento de 126 metros por 102 de largura (arena com 64 por 41 m). Era destinado a lutas entre gladiadores e a corridas. O anfiteatro é composto por seis partes principais: a arena (coberta de areia), onde se davam as lutas e corridas; o local destinado às feras e aos apedrejos dos gladiadores; os corredores (passagens); a spolania, local destinado aos gladiadores; o podium, onde se recebiam os prémios; os corredores de entrada e saída, que eram destinados a combates de gladiadores. O anfiteatro é ainda composto por três anéis, um fosso e as bancadas para os espetadores, nas quais uma parte era reservada às autoridades que patrocinavam os espetáculos e outra às entidades políticas da cidade. Este monumento esteve subterrado durante centenas de anos e só há algumas décadas é que foi descoberto, embora infelizmente tivesse a parte de cima destruída.
O Anfiteatro acolhia lutas de feras, combates entre gladiadores, recriações bélicas e até execuções de escravos. Saudações, aclamações, gritos, rugidos de animais... a vida romana em estado puro. Poderemos entrar nas celas em que eram enjaulados os lutadores e as feras, e até pisar o que antes era o campo de batalha.

O CIRCO

O Circo romano de Mérida foi construído na colónia romana de Emerita Augusta, para os soldados licenciados do exército romano de duas legiões veteranas das Guerras Cantábricas: Legio V Alaudae e Legio X Gemina. O termo emeritus significada em latim "retirado" e referia-se, neste caso, aos soldados distinguidos com honra.
A sua construção teve início nos primórdios do século I d.C. (ano 20) durante a época de Tibério e era o maior dos edifícios de espectáculos da cidade, juntamente com o Anfiteatro. Tinha capacidade para cerca de 30.000 espectadores.
Na lápide comemorativa da restauração do Circo de Mérida (337-340 D.C.) surgem mencionados os imperadores Constâncio, Constantino II e Constante I, filhos de Constantino I
TEMPLO DE DIANA
Ainda hoje este monumento é conhecido como Templo de Diana, talvez, devido a uma lenda criada no século XVII que associava a construção do “Templo de Diana” em honra da deusa romana da caça. A História viria a revelar que, na verdade, o Templo Romano de Mérida foi erigido para prestar homenagem ao Imperador Augusto, venerado como um deus, fazendo parte daquilo que seria o fórum romano. Com as escavações, encontraram-se esculturas da família Imperial e do Senado que demonstra o culto imperial, e não o culto dedicado à deusa Diana. Erigido nos finais do século I a.C., foi modificado nos dois séculos que se seguiram. Assenta num conjunto de colunas de estilo Coríntio e, no século VI foi tomado como palácio dos Condes dos Corbos, chamada a ”Casa dos Milagres”. 
PONTE ROMANA DE MÉRIDA

É a maior ponte sobrevivente do período romano. Inicialmente, o seu comprimento total era de 755 m com 62 vãos. Atualmente permanecem cerca de 60 vãos (três dos quais estão enterrados na margem sul) com um comprimento de 721 m. Incluindo os acessos a estrutura totaliza 790 m.
CASA DO MITREO
É uma casa senhorial romana, situada nos arredores da antiga cidade, próxima da estrada que ligava Mérida a Córdova e da qual se conservam numerosas divisões, algumas com pinturas, que ajudam a compreender a vida dos romanos. Junto desta casa senhorial romana foram encontrados restos relacionados com o culto de Mitra, razão do seu nome “Mitreo”.
Teve a sua construção nos finais do século I e começos do século II d.C. e perdurou com as suas funções até ao século IV. Esta vivenda está articulada em redor de três pátios interiores recebendo muita luz e ventilação. Existem várias habitações de uso familiar. Jardins, dormitórios, casas subterrâneas utilizadas no verão para resguardo das altas temperaturas, cisternas e termas, parecendo uma pequena cidade.Esta casa é composta com três peristilos. Dentro dos muitos mosaicos, há um mais importante chamado de Cósmico que representa o Céu, a Terra e o Mar.

AQUEDUTO DOS MILAGRES













Em Mérida, destacam-se as ruínas do Aqueduto dos Milagres. O Aqueduto dos Milagres é assim chamado devido às manifestações de incredulidade popular que pensavam ser milagre, ter-se conseguido construir esta estrutura. Construído entre o século I a.C. e a segunda metade do século III d. C., serviu para trazer água desde o lago artificial Proserpina até à cidade de Emérita Augusta, sobre a depressão do leito do rio Albarregas, afluente do Guadiana. Mede 830 m de comp. e 25 de altura.


















































































































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