terça-feira, 17 de julho de 2018

ARTUR PIRES, METRELHADOR BOMBARDEIRO



Nasceu em 31 de Outubro de 1918, Artur Pires entrou como voluntário em 1937 na Escola Militar de Aeronáutica em Sintra, completando aí o curso de segundo mecânico (TMA), que concluiu em 1938. Fez também o curso de Metralhador Bombardeiro e frequentou um curso de pilotagem para "praças de pré", que não concluiu, passando em 1941 a desempenhar as funções de Metralhador Bombardeiro nos aviões Vickers Valparaiso III. Nessa condição fez por vezes equipa com o piloto Humberto Delgado, mais tarde director do Secretariado da Aviação Civil e responsável pelo despacho de fundação da TAP.
Humberto Delgado, já então homem de poucos medos e grandes convicções, criou polémica quando num artigo de jornal resolveu escrever que um bom piloto militar não seria necessariamente um bom piloto comercial e vice versa. 
Estava cheio de razão, como se reconheceria 30 anos mais tarde, mas na altura os seus colegas militares não gostaram nada da ideia. Alguns deles, em serviço civil na CTA de Carlos Bleck, chegaram mesmo a arrancar as insígnias da farda em protesto contra tal "aberração".
Artur Pires em 1942 entrou para a KLM onde assegurava a manutenção dos aviões DC2 e DC3 que escalavam Lisboa. Três anos depois, em 1945, juntou-se ao projecto CTA (Companhia de Transportes Aéreos) de Carlos Bleck que visava a criação de uma companhia aérea portuguesa com capitais privados. Artur Pires dedicou-se de alma e coração aos Dragon Rapide e Dakota DC3 da CTA. Desiludido, fez as malas e partiu para Angola onde durante décadas vestiu a farda da DTA, hoje TAAG.
Esta e muitas outras histórias fazem parte da biografia de Carlos Bleck que um dia destes vai aparecer por aí. 
Actualmente com uns robustos 99 anos de idade e uma memória prodigiosa Artur Nunes Pires é uma lenda viva e uma figura importante da história da aviação em Portugal.



PS - Como já foi dito, Artur Pires continua vivo, lúcido, enérgico e cheio de histórias para contar.

Publicado por: AVIADOR (fb)

1 comentário:

  1. Verdade. O Enorme Sr. Pires foi tudo isto é muito mais. Tenho a honra de ter trabalhado, e mais que isso aprendido muito com ele e ainda tenho o prazer de manter o contacto.
    Desde já estou disponível para qualquer homenagem.

    “Aquilo que é para ser feito merece ser bem feito. Se não for para ser bem feito não vale a pena ser feito. Artur Pires”

    Luís Matias

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