terça-feira, 9 de janeiro de 2018

POMPEIA

Nápoles e o vulcão Vesúvio

No século VIII os gregos chegaram à Costa Napolitana e fundaram a cidade de Parténope, nome da sereia com rosto feminino e que tentou encantar Ulisses. Mais tarde, tomou o nome de Palépolis (cidade velha) e, por fim, Neápolis (cidade nova) – NÁPOLES.
Perto desta cidade, comungando na mesma paisagem, encontra-se o vulcão Vesúvio, ainda em actividade.
No seu cume existe uma cratera com seiscentos metros de diâmetro e trezentos de profundidade. Uma escarpa semicircular (Monte Somma), envolve o cone principal do vulcão pelo lado Norte, a partir dos 1.057 metros de altura.
Entre as duas elevações encontra-se o Vale dos Gigantes.
Nesse Vale, ESPÁRTACO, em 73 A.C., com vários gladiadores, fugiu da escola de instrução de Cápua, e refugiou-se na sua cratera, onde acampou durante todo o inverno antes de iniciar as operações militares de Revolta dos Gladiadores.  
Adormecido durante séculos, rebentou em 79 D.C., sepultando Pompeia, Herculano e Estábia, soterrando estas cidades com fragmentos de lava e cinzas vulcânicas que formaram uma camada com sete metros de espessura.
O Vesúvio espalhou uma nuvem mortal de rochas, cinzas e fumaça numa altura de mais de 30 quilómetros, cuspindo lava e púmice numa proporção de tonelada e meia por segundo e libertando no total uma energia térmica centena de milhares de vezes maior do que o bombardeamento de Hiroshima.
As erupções foram tão grandes que toda a Europa do Sul esteve coberta de cinzas. Actualmente, um milhão de pessoas vive nesta área e, a antiga Pompeia dista cerca de 8 quilómetros da cratera!...
Plínio, o Jovem
, orador do Imperador Trajano, e numa carta dirigida a Tácito (historiador do Imperador romano Vespasiano), descreveu as diferentes fases da erupção do Vesúvio, começando assim: “No vigésimo quarto dia de Agosto, aproximadamente à uma hora da tarde, minha mãe mostrou-lhe (ao Plínio, o Velho, seu tio), ter aparecido uma nuvem com inusitado tamanho e aparência…”

Plínio Jovem - Vesúvio - Plínio Velho

Pompeia, situa-se a vinte e três quilómetros de Nápoles. Fundada pelos Oscos, caiu sob o domínio grego no século VIII A.C. e foi ocupada pelos Etruscos no século VII A.C.
Invadida pelos Samnitas no final do século V A.C., aliou-se a Roma no século III A.C. A cidade participou da guerra civil do século I A.C. e converteu-se numa colónia romana.
O historiador Tácito relata a eclosão de uma revolta popular no ano de 59 D.C. Três anos depois, um terramoto danificou os edifícios e, em 24 de Agosto de 79 D.C. violenta erupção do Vesúvio soterrou-a. Dos vinte mil habitantes, morreram dois mil!...
A cidade de Herculano situa-se a oito quilómetros a Sudeste de Nápoles, em parte sob alicerces da actual localidade de Resina, o que praticamente impossibilitou o acesso às ruínas.
A cidade de Estábia, situada no extremo oriental do golfo de Nápoles, foi também arrasada pela erupção do Vesúvio. Esta povoação passou à história, porque entre as suas vítimas fatais na erupção do Vesúvio, estava o naturalista Plínio, o Velho, comandante da esquadra romana.
Pompeia ficou sepultada durante mais de mil e seiscentos anos até que em 1748 foi reencontrada debaixo de escombros. As cinzas e lama acumuladas durante tantos anos protegeram as construções e objectos dos efeitos do tempo, moldando também os corpos das vítimas, o que fez com que fossem encontradas de modo exacto como quando foram atingidas pela erupção.

As escavações possibilitaram uma visão detalhada na vida de uma cidade dos tempos da Roma Antiga.
Pompeia, colónia romana, iniciou-se com o nome de Colónia Cornélia Venéria dos Pompeianos, transformando-se num importante corredor de bens que chegavam do mar, e que precisavam ser transportados para Roma pela Via Ápia.
Em 1860, as escavações foram assumidas por Giuseppe Fiorelli. No começo da exploração, descobriu-se que espaços vagos ocasionais nas camadas de cinzas continham restos humanos. Foi Fiorelli que percebeu que aqueles eram espaços deixados por corpos decompostos, desenvolvendo então uma técnica de injectar gesso neles para recriar perfeitamente o formato das vítimas do Vesúvio.

O resultado foi uma série de formas lúgubres e extremamente fiéis dos habitantes de Pompeia, incapazes de escapar, preservados no seu último instante de vida, alguns com uma expressão de terror claramente visível.
Esta técnica é utilizada até hoje, mas com resina no lugar de gesso, por ser mais durável e não destruir os ossos, o que permite análises mais aprofundadas.
Pompeia tinha dois teatros: Um com capacidade para cinco mil pessoas onde se representavam comédias, e outro de menores dimensões, o Odeon, que abrigava mil e quinhentas pessoas, onde aconteciam os espectáculos musicais.
Pompeia, na época romana, era uma cidade movimentada já com cerca de vinte mil habitantes. Certas evidências demonstram com diversos detalhes o cotidiano da cidade.
No chão de uma das casas comerciais aparece a inscrição “Salve, lucru” (bem vindo, dinheiro).
Nesta cidade, identificaram-se cerca de vinte e cinco edifícios onde a prostituição era praticada. A maioria destes lugares era composta apenas por um quarto individual.
LUPANAR (Lupa, em latim vulgar, significa loba, e é uma gíria para prostituta), que era altamente organizado. O Lupanar tem dois níveis com cinco quartos em cada um deles. 
O interior é decorado com pinturas eróticas que visavam provocar a imaginação dos clientes.Em 1819, quando o rei Francisco I, das Duas Sicílias, acompanhado da sua esposa e filha, visitou a exposição sobre Pompeia no Museu, ficou constrangido com as obras de arte eróticas que decidiu encerrá-las num gabinete secreto. 
A sala contendo a exposição das cenas eróticas de Pompeia no Museu Arqueológico Nacional de Nápoles, abriu, fechou, reabriu e por fim foi lacrada por quase 100 anos. A sala foi tornada acessível novamente no final da década de 1960, e finalmente reaberta para visita em 2000. Menores de idade só podem visitar o ex-gabinete secreto na presença de um responsável ou com autorização por escrito.


Ruas
Teatro - Anfiteatro - Templo de Apolo

Até breve                                                                                   
O amigo 




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