segunda-feira, 17 de junho de 2013

FELIZARDO LIMA

Joaquim Felizardo de Lima Camelo Pereira da Silva de Sousa Castelo Branco Vilhena e Bourbon

Nasceu em Lisboa em 3 de Novembro de 1839,
Faleceu no Porto em 24 de Junho de 1905

Realiza os primeiros estudos no Liceu de Lisboa e frequentou o primeiro ano da Escola Politécnica.

Magríssimo, pálido, parecia possuído por nevrose da coragem
Temperamento de revolucionário lembrava uma isca a arder, segundo o conceito de um jornal monárquico de 1891.

Foi um dos fundadores do jornal República Federal, um dos primeiros jornais republicanos que apareceu em Portugal.

Por ocasião da revolta do Porto, que teve como epilogo a sua entrada por 18 meses num quarto de malta da Relação do Porto, e a deportação por longos anos de algumas dezenas de bravos portugueses, jamais deixou de animar os seus companheiros, incutindo-lhes nos espíritos abatidos a esperança que parecia a alguns ter abandonado.
Pela mesma época funda também um dos primeiros centros republicanos que existiu em Portugal, o Centro Democrático Devido às suas ideias começou a ser perseguido.

A situação mais conhecida foi aquela que viveu quando era professor na Moita, tendo sido demitido pelo Ministério regenerador, devido à intransigência das suas ideias políticas. Sustentou algumas polémicas que lhe valeram as perseguições de uns e a admiração de outros. Devido às suas ideias e para sustentar a sua família vive de várias profissões como professor, tecelão, envernizador, auxiliar de construtor de pianos, como tipógrafo, como fabricante de meias de tear, de cartonagem, entre diversas actividades.

A sua raça era aristocrática, como a de tantos dos mais intrépidos audazes e generosos apóstolos ou lutadores da Revolução Francesa. O mesmo fogo devorava o seu espírito.

Sendo escriturário na estação das Devesas, no Porto, foi um dos principais impulsionadores da greve do
Caminho de Ferro do Norte e Leste, pelo que foi demitido.

Todavia, foi sempre obscuro, mesmo em vida, mesmo quando o seu nome era conhecido de todos os republicanos portugueses e porque não dizê-lo?..A maior destes republicanos considerava-o quase um louco.
Em 1888 procurou  criar o Partido Republicano Radical, na sequência das divisões crescentes entre republicanos desde o III Congresso do Partido Republicano de 1887, que tinha sido suspenso entre fortes tumultos. Porém, esta cisão quase só obteve adeptos na cidade do Porto. No entanto, desempenhou um papel fundamental a criação de condições para a revolta republicana de 31 de Janeiro.

O que dele se contava fazia sorrir. Em 1889, estando empregado na construção do ramal do caminho-de-ferro entre Santa Comba Dão e Viseu, abandonou o lugar e partiu para o  Porto, porque tomou parte no movimento patriótico provocado pelo Ultimato inglês de 1890

 Foi implicado no movimento revolucionário de 31 de Janeiro de 1891 e julgado nos tribunais marciais de Leixões foi condenado a ano e meio de prisão, pena que cumpriu na Relação do Porto.

Além desta prisão sofreu muitas outras por questões políticas, chegando a estar incomunicável e sendo mesmo uma vez metido no "segredo" da Relação.

Na vila da Moita, onde foi professor, publicou um semanário intitulado A Instrução Primária(1864), foi professor particular em Fafe, foi ainda primeiro redactor do Comércio de Penafiel, enquanto esta publicação alinhou ao lado dos republicanos e socialistas.
Após a revolta republicana de 31 de Janeiro de 1891 foi redactor do Democrata da Beira, de Lamego, onde viveu durante cerca de três anos e onde publicou ainda o jornal "A Luz."

Na sequência da sua acção através do jornal O Radical, Felizardo Lima propõe mesmo um novo programa federalista para o Partido Republicano, onde recuperavam os princípios federalistas, municipalistas e propondo a laicização crescente da sociedade.

Firme nos princípios e imperturbável na acção, a sua memória é digna de ser lembrada

Sem comentários:

Enviar um comentário