terça-feira, 17 de agosto de 2021

UM HERÓI PORTUGUÊS NA II GUERRA MUNDIAL

José Oulman nasceu em Lisboa a 1 de Dezembro de 1922. Cresceu no seio de uma família abastada juntamente com duas irmãs e um irmão. Este, Alain Oulman, viria a ter uma influência decisiva na transformação do fado nomeadamente através da sua ligação com Amália Rodrigues, que convenceu a cantar poemas de Camões e outros grandes poetas portugueses.
De ascendência judaica, José Oulman fez a sua educação básica em Lisboa e a secundária num colégio particular em Versalhes, perto de Paris. Foi sempre bom aluno e rapidamente assimilou a cultura francesa, que era dominante na sua família.
Em 1941, pouco depois da invasão de França pelas tropas de Hitler, ao ouvir a proclamação do General De Gaulle apelando à resistência, decidiu juntar-se às Forças Francesas Livres estacionadas em Inglaterra. Queria ser piloto. Era nos ares que iria combater.
Foi então enviado para o Canada, onde tirou o curso básico de pilotagem e se preparou para a guerra.
Regressou a Inglaterra em 1944 e foi imediatamente integrado no 345º Esquadrão da Royal Air Force. Fez treino de combate em aviões Spitfire e pouco depois estava a desempenhar missões de patrulhamento. Até que chegou o "Dia D", o dia do desembarque na Normandia, e o jovem Oulman foi mandado dar cobertura aérea ao desembarque na praia "Utah". Foram horas e dias de grande tensão mas tudo acabou por correr bem. A missão tinha sido escrupulosamente cumprida.
Seguiram-se dezenas de missões sobre a Europa enquanto os exércitos alemães retiravam. Ao fim de meses de combate e ataques ao solo com o magnífico Spitfire, a bravura demonstrada pelo piloto português acabou por ser recompensada com uma Cruz de Guerra com Palma. Portugal tinha finalmente o seu herói dos ares.
Até que em Fevereiro de 1945, já o fim da guerra se anunciava, José Oulman e a sua esquadrilha foram chamados a atacar uma coluna de camiões alemães que se deslocava nas proximidas de Arnhem, Holanda. A artilharia anti aérea era intensa e ao voar a baixa altitude o Spitfire do português foi atingido com gravidade. Sem hipótese de saltar de paraquedas, José Oulman morreu aos comandos do seu avião quando este se despenhou de encontro ao solo. Foi sepultado no cemitério inglês da Floresta de Reichswald e mais tarde trasladado para um jazigo de família no cemitério Père Lachaise, em Paris, onde descansa junto de seus pais e irmão.

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